sexta-feira, 31 de maio de 2013

Estudar a receita, organizar a cozinha, transformar o fogão em lazer!

Nessa minha trajetória pela cozinha, uma coisa tem ficado bem evidente: antes de mais nada, antes mesmo de separarmos os ingredientes, precisamos estudar a receita. Isso deve ser bem óbvio pra que estuda gastronomia ou trabalha na área. Eu mesma já tinha ouvido várias vezes, mas só agora entendi que não basta pegar o livro e ver se temos todos os ingredientes em casa. Precisamos olhar nos detalhes, a ordem, os materiais que vamos precisar, se eles já deverão estar untados, forrados, gelados... ver se tem espaço na geladeira, ver se vamos produzir muito lixo... tudo isso faz uma super diferença no resultado final, porque quando começamos a execução, é só diversão!
Muita gente diz que não cozinha porque dá muito trabalho e faz muita bagunça. Eu não discordo totalmente, mas acho que quando estudamos a receita e nos preparamos para desenvolvê-la, eliminamos boa parte destas adversidades - não vai ter mais faca de descascar legumes na bancada, não vamos ter que procurar a manteiga pra untar a forma quando a massa já tá batida, não teremos que descolar a massa das mãos pra revirar os armários atrás da assadeira certa.
Acho que vale a pena tentar!
Agora... nada disso é preciso quando a "receita" diz: 500 gramas de massa de sua preferência + 1 receita de molho quatro queijos. Cozinhe a massa em água levemente salgada, aqueça o molho, escorra a massa e incorpore-a ao molho. Sirva bem quente. Não dá pra dizer que isso é propriamente uma receita, né?
Bom, mas amanhã a gente tenta algo melhor!

terça-feira, 28 de maio de 2013

O aconchego dos Sabores Selecionados do Piperita

Como já devo ter dito antes, gaúcho e bairrista são sinônimos. E eu sou ainda mais fã dessa coisa de bairro mesmo e, portanto, apaixonada pelo Bom Fim (certa de que é o melhor bairro de Porto Alegre!). Tudo que abrir por lá eu vou ter a tendência a achar que é ótimo, mas se não achar bom, não vou comentar...
Nesse sábado, meio que por acaso, descobri a Piperita, uma delícia de armazém-café que abriu na João Telles há umas três semanas e que eu ainda não tinha ouvido falar.

O que me fez entrar foi o charme dos produtos expostos logo na entrada nesses vidros ainda mais charmosérrimos! São farinhas de linhaça, aveia, trigo integral e o que mais imaginar. E também uma super seleção de cereais, que podemos nos servir em saquinhos de papel em três diferentes tamanhos e depois pesar - ou seja, dá pra levar só um pouquinho pra provar ou um montão quando já tiver uma receita em vista.

Os grãos - de bico, café, milho, soja - e algumas castanhas e frutos secos ficam nesses dispensadores, uma tentação para os olhos!

E enquanto conhecia a loja, aproveitei pra pedir um cafezinho carioca e bater um papo com a dona da loja, que me contou que no andar de cima ainda tem uma cafeteria, um lugar ótimo pra encontrar os amigos ou pedir um dos livros de culinária emprestados no caixa e se encher de inspiração!

Mais ao fundo dá loja, há uma série de temperos, que podem ser encontrados em embalagens prontas ou por peso (eu escolhi um pacotinho de lemon pepper, uma porção de farinha de limão siciliano e outra de gengibre em pó), tudo organizado em prateleiras feitas de caixas de feira, mesas de madeira rústica e estantes de ferro, dando aquela sensação de armazém do interior ou dispensa da fazenda. 

Há também uma seleção de vinhos e alguns produtos industrializados, como sardela, missô, azeites, pimentas e molhos prontos, além de itens para quem gosta e sabe fazer sushi em casa.
E como não podia faltar em um bom armazém, há opções de defumados e queijos, o que me fez ficar com muita vontade de escolher uma boa farinha, grãos, sementes e temperos, levar pra casa um bom vinho e fazer um pão (bem coisa de colona!!), experimentando um pouco de tudo!
Tem também uma série de alternativas para quem tem intolerância a glúten.

Eu, definitivamente, voltarei lá e recomendo uma visitinha sem pressa, pra conhecer e se apaixonar! Porque tudo bem ser fã do bairro, mas como falei no início: quando não gosto, nem me manifesto.

domingo, 26 de maio de 2013

A original lasanha do Garfield

Final de semana é para Jantares de Cinema!!!
Pude passar a manhã de sábado passeando no Mercado Público para encontrar produtos fresquinhos, especiarias e todo um paraíso pra quem é feliz pilotando panela! Em casa, decidi fazer um prato super tradicional mas que me ensinou a fazer uma lasanha diferente de todas as que já fiz na vida - e que sempre instigou minha criatividade e meu desejo, como fã do Garfield desde criança! Além de já amar qualquer tipo de massa, era impossível ver o gato devorando uma travessa inteira sem ficar imaginando que delícia não devia ser aquele prato.
Ela é bem simples, mas requer organização.
Primeiro, é feita a carne moída: aqueça 1 colher de sopa de azeite numa panela larga. Acrescente meia cebola, meia cenoura e um talo de salsão, tudo bem picadinho, além de um pouco de sal para evitar que os legumes dourem demais. Refogue até que fiquem macios e transfira a mistura para um prato, mantendo-a aquecida. Coloque 500 gramas  de carne moída na mesma panela e, sempre mexendo, frite por completo. Adicione 150 gramas de tomates sem pele amassados, junte os legumes e acrescente meia xícara de caldo de galinha (eu usei de legumes). Diminua o fogo e deixe ferver por cerca de 30 minutos ou até que quase todo o líquido tenha evaporado. Desligue o fogo, tempere com sal e pimenta (substituí por gengibre em pó) a gosto e reserve tampado.
Faça o seu molho branco: 500 ml de leite, manteiga, farinha de trigo, sal e pimenta do reino. Substituí a pimenta do reino por lemon pepper.
Montagem: carne - massa (usei massa fresca) - molho. Repita a operação três vezes e cubra com 4 colheres de queijo parmesão ralado. Leve ao forno pré-aquecido e asse por cerca de 25 minutos, ou até que as beiradas estejam borbulhando e a parte de cima esteja dourada.
Comi de um jeito que não comia há tempos!!! É diferente, estou acostumada a usar bastante mozarela, mas ficou incrível! Esta quantidade dá pra 3 pessoas esfomeadas ou 4 mais comedidas, servindo com uma boa salada pra acompanhar.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Rocambole Gelado de Batatas

Gente, mais uma vez to surpresa com a quantidade de leitores espalhados no mundo! Cada vez que vejo um país novo nas origens de visualizações do blog fico mais inspirada a continuar procurando ideias e receitas que agradem e que possam ser feitas com ingredientes simples e fáceis de se encontrar, literalmente, em qualquer lugar do mundo!
Hoje foi dia de uma entrada que acho que pode ser um excelente acompanhamento pra uma carne: um rocambole feito de batatas e que pode ser recheado 'a gosto do freguês'.
 
Faça assim: descasque e amasse um quilo de batatas, ainda quentes, cozidas com casca. Tempere-as com sal, 1 cebola ralada, 2 ou 3 colheres de maionese, duas colheres de suco de limão e pimenta.
Abra a massa em formato retangular grande em cima de um plástico. Recheie, enrole, cubra com maionese e decore a seu gosto.
Sem chance de eu cobrir com maionese!!!
O recheio fiz com tomate picado, cenoura ralada, pepino em conserva, queijo, azeite e salsinha, tudo batido no mini processador (que novidade!).
O que o livro não explica é que fica uma massa super mole, então é preciso deixar umas horas na geladeira para que fique firme o suficiente para poder cortar e servir.
Depois fiquei pensando que pode ser que fique bom se for coberto com queijo parmesão ralado, deve dar uma 'estruturada' e ficar bonito. Na real, não curti muito... mas, enfim, não dá pra acertar sempre...

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Macarrão à Francesa - mais simples que ovo pochè!

Passei o dia entre arrumações em casa e filmes. Muitos filmes, porque estava um frio que só pedia a cia das cobertas. Mas uma hora se tem que comer, e aí fiz a massa mais simples do mundo: macarrão à francesa. Uma receita facinha pra fazer com um espaguete ou talharim, mas na falta, usei uma massa curta mesmo.
  • 300 gramas de massa
  • 2 colheres de leite
  • 2 cubos de caldo de carne
  • 2 gemas
  • 2 colheres de manteiga
Basta dissolver os cubos de caldo de carne (o melhor mesmo é usar caldo natural, mas ok. Substituir pelos em pó light já ajuda, reduzindo a quantidade de sódio e gordura) na água para cozinhar o macarrão. Tudo conforme o tipo de massa escolhida.
Depois, joga-se a massa bem quente em uma tigela com os demais ingredientes misturados e incorporar tudo.
Receita pra quando se chega cansada e tarde do trabalho, pra quando as crianças estão fazendo birra pra jantar, pra quando se pode passar em casa ao meio dia entre uma agenda e outra. Alguém ainda vai defender o macarrão instantâneo?
Acho que a minha geração se acostumou a ouvir que o tempo é curto e que não se pode 'perder tempo', que temos muitas coisas para produzir e para absorver. Nos acostumamos a diminuir etapas, otimizando processos, 'ganhando-se' tempo.
E a indústria que se fortaleceu no pós-guerra e se consolidou no cotidiano atual já não precisa mais nos oferecer refeições prontas, porque já estamos de tal forma familiarizados com este modelo que quando se fala em caldo de carne pensamos logo em cubos.
Acho uma perda terrível. De cultura, de informação, de saúde.
Assisto com alguma periodicidade o documentário "Muito além do peso" e me surpreendo sempre com o nível de informação das nossas crianças e do descomprometimento das famílias, que simplesmente reclamam que os filhos só tomam refrigerante, em uma população em que 58% das crianças de até 1 ano de idade já consomem frequentemente.
Continuo preferindo ter um pacote de massa fresca sempre em casa e misturar um ou dois ingredientes, ao invés de abrir um saquinho de pó...
Fiquem com o trailer!
 

domingo, 19 de maio de 2013

RocambolO de Carne de Pleasantville

Decidi fazer a receita do Rocambole de Carne mesmo não tendo assistido ao filme, apesar das diversas tentativas na minha locadora. Mas quis testar assim mesmo e, como que colorindo a noite, enquanto assava, encontrei uma versão na internet que vai me permitir experimentar filme muito em breve!
Não sei porque se chama rocambole, vejo mais como o tradicional bolo de carne de cada família americana sentada à mesa com ervilhas e purê de batatas - será que a resposta está no filme?
A execução (assim como o próprio prato) é bem simples, porque todos os ingredientes são picados e misturados juntos, depois vai pra forma untada e 'forrada' com finas fatias de bacon e ao forno por 1 hora e meia. E também porque eu estava no modo multiprocessador-meu-herói e absolutamente tudo passou por lá! Cada ingrediente de uma vez, até o pão, mas tudo foi picado nele. Então, vamos ao elenco!
  • azeite de oliva para untar
  • 6 tiras de bacon defumado
  • 500 g de carne magra moída
  • 1 cebola bem picadinha
  • 1 talo de salsão bem picadinho
  • 1 ovo
  • molho inglês ou de pimenta a gosto
  • 1 colher de chá de mostarda Dijon
  • catchup a gosto
  • 1 bom punhado de farelo de pão
  • 2 colheres de sopa de salsa picadinha
  • sal e pimenta do reino a gosto
Usei uma forma dessas de bolo inglês e mais do que as seis fatias de bacon, porque as minhas eram muito curtinhas. A montagem é super simples, o único cuidado é apertar bem a mistura na forma para evitar a formação de bolhas de ar.
Cubra tudo com papel alumínio, coloque a forma em banho maria e leve ao forno pré-aquecido para assar (em fogo baixo) por cerca de uma hora, um pouquinho mais...
Acho que é daqueles pratos ótimos pra receber o gatinho no início de namoro, porque dá tempo de deixar tudo pronto, colocar no forno e sobra uma hora inteirinha pra arrumar a cozinha, a mesa, tomar um bom banho e ficar linda e cheirosa, assim como a casa, que vai estar super aconchegante com cheirinho de família!
Passada essa primeira 1 hora e 15 minutos, tire o papel-alumínio (vai estar tudo muito úmido e meio sem cor) e deixe mais uns 20 minutos em forno um pouco mais alto para a parte do bacon que ficou por cima ficar crocante. Deixe repousar por cerca de 10 minutos antes de servir - que é o tempo de arrumar o DVD, o sofá e se preparar para a sessão!
 
Para manter a tradição do prato, servi com purê de batatas e catchup. Só faltou uma porção de ervilhas frescas para a refeição tipicamente americana estar completa!

Nota de 25.05.2013: acabei de ver o filme (lindo!!!) e realmente de rocambole não tem nada. Aliás, todos os diálogos referem claramente Meatloaf, então não restam dúvidas de que o erro foi mesmo de tradução.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

O sabor dos pratos simples

Ando muito nesse momento de comida com gosto de aconchego, de casa, de família. Inverno que chegou, final de semana bem familiar... resolvi fazer um Picadinho de carne com batatas. Total gostinho de 'cheguei do colégio morrendo de fome'!
Como sempre, fiz meia receita, mas transcrevo ela inteirinha:
1/2 xícara de chá de óleo - eu usei azeite de oliva
1 cebola grande picada finamente
500 g de carne moída (coxão mole ou patinho)
500 g de batatas
1 xícara de chá de tomates picados sem pele (nunca entendo porque tirar a pele)
1 colher de chá de sal
1 pitada de pimenta-do-reino - usei um mix moído na hora
 
1. Coloque o óleo, a cebola e o alho numa caçarola e leve ao fogo. Refogue até que a cebola fique dourada.
2. Junte-lhes a carne e mexa até frita-la.
3. Acrescente os tomates picados, as batatas, o sal e a pimenta. Cubra com água quente e tampe a caçarola e deixe cozinhar, em fogo brando, até que as batatas estejam macias.
4. Destampe a panela e cozinhe mais alguns minutos para engrossar o molho. Acerte o ponto de sal.
4. Sirva com arroz.
 
Claro que eu não entendi porque servir com outro carboidrato, então preferi colocar uma manteiguinha por cima e ficou uma delícia!

"Crianças, lavem as mãos que tá na mesa!!!"
 


terça-feira, 14 de maio de 2013

Panquecas, bacon e calda

A receita é de um filme antigo que já tem 20 aninhos - Feitiço do Tempo - e pra mim a experiência foi bem nova. Eu nunca tinha feito esse tipo de panqueca e acho que também nunca tinha assado tiras de bacon! Me dei conta disso logo no início da receita, que fala pra esticar as fatias de bacon e levar ao forno bem aquecido por 20 minutos ou atingir seu ponto favorito. Ponto favorito?! Como assim? Qual é meu ponto favorito? Pois é... nunca tinha assado fatias de bacon. Enfim, enquanto ficou lá assando, fiz a massa.
Vai um negócio que chama leitelho que eu também nunca tinha ouvido falar! Mas há solução: lembra quando a vó 'talhava o leite'? Pois é, é isso aí. É só colocar suco de limão siciliano em 200 ml de leite e esperar uns 10 minutos. Vai ficar meio parecido com iogurte natural.
Nesse tempo, vá peneirando uma xícara de farinha com uma colher de chá de fermento. Acrescente uma pitada de sal e misture tudo. Depois junte o leite e dois ovos, misture bem e deixe descansar por uns 15 minutos.
Na frigideira quente, mas em fogo baixo, com um tal de óleo em spray que eu nem sabia que existia e que foi satisfatoriamente substituído por gotinhas de óleo bem espalhadas, coloque uma colher da massa e espere até ter pequenas bolhazinhas na superfície para virar e dourar o outro lado. Essa medida dá oito panquecas.


Vá fazendo uma pilha com as panquecas prontas em um prato aquecido e depois cubra com aquelas fatias do bacon e com xarope de bordo - isso era outra coisa que eu não conhecia... aliás, continuo não conhecendo, mas usei o melado de romã e ficou simplesmente MARAVILHOSO!
Fica uma mistura entre o azedinho do romã, o salgado do bacon crocante e a leveza das panquecas.
Na boa, agora eu entendo o shape americano!! Preciso urgentemente retomar a academia e esquecer essa receita ou vou acabar uma rolha de poço!

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Meia receita de suflê de alho poró com salmão sem salmão

Tenho falado com várias amigas e todas reclamam de que as receitas normalmente são para 04 pessoas, o que também é uma dificuldade minha, porque quem mora sozinho ou um casal já tem dificuldade de encontrar embalagens pequenas no supermercado que não sobrem ou estraguem e aí, quando decide cozinhar, fica com comida pra semana inteira!
A minha alternativa é sempre tentar fazer meia receita. O problema é quando o número de ovos é ímpar... mas até agora tudo certo!
Então, a meia receita de suflê (ou suflê para duas pessoas) é feita com um talo de alho poró picado em rodelas e dourado em duas colheres de manteiga. Depois acrescenta-se uma colher de farinha, polvilhando por cima. Dá pra deixar dourar uns 2 minutinhos e vamos acrescentando uma xícara de leite, aos poucos, pra ir ficando cremoso. Tempera-se com pimenta e sal.
Junta-se duas gemas de ovos e duas colheres de queijo parmesão com o salmão defumado picado - que eu não tinha, portanto, suflê de alho poró com salmão sem salmão.
Mistura-se de leve as duas claras batidas em neve, já fora do fogo, e se distribui em formas de suflê untadas com manteiga e farinha de rosca, levando para assar em fogo quente por uns 15 minutos, ou até ficar fofo e lindo!!

terça-feira, 7 de maio de 2013

Oásis de Chocolate e Morango

Quarta-feira é um dia especial para Joe, o dono do restaurante em que se passa o filme Waitress, porque a torta do dia é, segundo ele,
Uma coisa maravilhosa.
Como cada sabor se abre,
um por um,
como um capítulo de um livro.
Primeiro se percebe o sabor
de uma especiaria exótica,
apenas uma sugestão.
E então você é inundado com o
chocolate, escuro e amargo,
como um antigo caso de amor.
E finalmente, o morango.
Do jeito que os morangos sempre devem ser, mas nunca são.
A base é feita de biscoito Negresco e melado (usei de romã). O recheio, uma mistura de ovos, nata, café e chocolate meio amargo. Um creme denso e macio, suavizado pela docura e pelo azedinho do morango com pimenta.  Não é mesmo uma miragem?

domingo, 5 de maio de 2013

Bolo Mary compensa a visita ao HPS

Como diz meu pai, 'criança que não se sujou não viveu'. Pois hoje o susto foi grande e pra compensar, mini bolo pra mini pessoinha voltando do Pronto Socorro com 04 pontos novos na testa e um sorrisão pra se melecar no chantilly!
O bolo Mary tá na pág. 823 e se faz em 20 minutos:
Bata duas claras em neve e reserve.
Bata duas gemas com uma colher de manteiga. Vá acrescentando duas xícaras de chá de açúcar e uma de leite. Depois junte duas xícaras de farinha e uma de amido de milho. Adicione as claras em neve e uma colher de fermento químico e leve para assar em forno quente.
Eu aproveitei que ia fazer em forminhas individuais e coloquei uma cereja em calda - sem a calda, passada na farinha - em cada uma.
Depois é só cobrir com chantilly desses prontos mesmo e salpicar confeitos coloridos. E muitas velinhas pro parabéns!
 

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Como NÃO fazer Carreteiro

Feriado, dia de retomar a leitura e aproveitar o que tinha em casa já que todos os supermercados estariam fechados. Com um bom pedaço de carne de Churrasco, pedi ajuda à Dona Benta para achar a receita de um carreteiro (já que a de chimarrão tem!) e qual não foi a minha surpresa quando vejo que a receita é de qualquer coisa, até risoto, menos de carreteiro!
E o erro começa logo no primeiro ingrediente: carne seca.
Carreteiro é basicamente arroz temperado e só pode ser feito como duas opções de carne: charque ou sobra de churrasco. Tá, uma linguiça talvez possa ser aceita... Como o próprio nome sugere, a comida tem o nome do ofício daqueles que a desenvolveram, os carreteiros, responsáveis por levar no meio de transporte da época - as carretas - toda a sorte de produtos, incluindo mantimentos. Por fazerem isso por longas distâncias, a receita surgiu como uma forma de se aproveitar as sobras das carnes assadas em alguma parada ou o charque, carne gorda salgada de forma a conservá-la, permitindo o consumo futuro.
Naquela época, certos cortes eram conservados em latas de banha, o que nos leva ao segundo erro do livro: o sugerido uso de azeite de oliva. O carreteiro era feito com banha ou manteiga, pois eram esses os ingredientes existentes e disponíveis. 
Os ingredientes seguintes, arroz, cebola e alho estão corretos, mas o tomate jamais seria picado sem pele e sem sementes. Voltemos às origens da receita - é impossível pensar que alguma parte dos tomates seria desperdiçada! Aliás, o tomate é usado,  mas não é essencial. 
O modo de preparo não está errado, mas o pior de tudo foi  guardado pro fim: Sirva como acompanhamento para churrascos. Nesta única expressão encontramos dois erros grosseiros!!! Primeiro, Churrasco não tem acompanhamento, muito menos de arroz! No máximo, são servidos aperitivos como linguicinha, coração de frango, salsichão e uma farinha de rosca também pode ser bem vinda. Mas arroz? Não sei de onde surgem essas coisas... Segundo, o carreteiro era a forma dos tropeiros produzirem a refeição em uma única panela. Ou seja, carreteiro se serve com carreteiro. Ponto. 
Bom, pra quem quiser, aqui tem uma boa receita e modo de preparo. 

Buenas, tchê! Te aligera que tá pronto!