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segunda-feira, 29 de maio de 2017

A volta de novo...

Mais de um ano parada! Sério isso? Nem eu acredito que deixei o blog tanto tempo parado... E pior, hoje descobri que as imagens todas sumiram e não to conseguindo resgatar, apesar de encontrá-las todas no Picasa.
Gente, se alguém tá lendo esse blog, please!!!!!!!! Me ajudem a reativar a visualização destas fotos! 
Enquanto isso não acontece, vou continuar escrevendo. Decidi que preciso disso. 
Tenho lido muito, estudado, conversado com muita gente sobre alimentação e cada vez tenho sentido mais a necessidade de compartilhar e dialogar sobre alimentação, cozinha e saúde. E penso que a Dona Benta representa muito disso tudo, da forma como me sinto com relação à comida. É um livro tradicional que representa a cozinha brasileira em sua essência, quando o brasileiro sentava à mesa e não se falava em dieta da Lua, Paleo, alimentos 'do mal' e "super alimentos", mas também não vivíamos em uma epidemia de obesidade e das doenças a ela associadas. 
Fiquem tranquilos que não vou levantar bandeiras, virar militante de nada nem seguidora da Bela Gil ou qualquer outra personalidade que certamente estudou muito mais do que eu pra discutir sobre o tema.
Mas quero ter um lugar pra conversar, pra aprender e dividir o que for produzindo por aqui. 
E como hoje é dia 29, vou ali fazer um nhoque! 

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Hoje não tem receita

Dia desses uma amiga me falou de um curso de hamburguer e, pensando em aprender a lidar melhor com a carne, me inscrevi.
Apesar de ser um público meio infanto-juvenil, foi bem legal e deu pra pegar algumas dicas super valiosas com o Beto Galetto. Quem tiver oportunidade de conhecer o trabalho do cara ou participar de outro encontro destes, aproveite, vale muito a pena!
Bom, daí em diante foram várias tentativas e combinações... óbvio que nem tudo deu certo, mas pra mim o maior aprendizado foi conhecer o ponto certo da carne, que agora consigo deixar rosinha, mas sem sangue!
Como dá pra ver desses poucos registros aí do lado, não sou muito fã das folhas no sanduíche, o que eu explico: eu não tenho a menor habilidade pra comer sem parecer um ogro. Eu vou me sujar, fato, então quanto menos ingredientes deslisantes, mais seguro para os meus cílios que não curtem maionese.
Agora quero aprender mais sobre os pães e já comecei a experimentar algumas receitas. Claro que sobre este aspecto a Dona Benta é bem limitada e já estão acabando minhas opções... Mas acredito que muita coisa boa vem por aí, ainda mais que agora já consigo acertar o ponto do hambúrguer sem muito esforço! E como opções de carnes e queijos não faltam, temos uma boa chance de sucesso nesse aprendizado... E o melhor: claro que os amigos já estão de olho, né?! To louca pra fazer uma noite só de hambúrguer!


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

cuscuz de Quinoa

Outro dia comprei quinoa e não sabia exatamente como usar.
Achei que podia dar um bom cuscuz, então procurei uma receita na Dona Benta e achei duas opções, ambas com várias farinhas e camarão - uma de minicuscuz e outra de cuscuz de panela. Meio pesado, um dia vou experimentar, mas nesse momento, nenhuma era exatamente o que eu tava com vontade...
Então tirei da cartola duas versões que ficaram bem boas: uma com siri (minha última reserva no estoque de riograndinisses) e outra de legumes. Nas duas, a quinoa foi cozida como indicado na embalagem, mas em caldo de legumes. Fica pronto bem rápido, não precisa ficar mexendo a panela e não usa nada de gordura.
Precisa mais vantagens?





Para a primeira versão, fiz um refogado de siri com cebola, alho e azeitona bem picadinhos e depois juntei na quinoa, ainda quente.
Na segunda opção, cenoura ralada, vagem cozida picada, alho dourado no azeite e um pouquinho de pimenta - usei uma em forma de azeite. Juntei os ingredientes no próprio azeite em que dourei o alho picado, a cenoura fica quase crua.
Gostei muito de qualquer uma das opções e em breve vou pensar em mais alternativas!
Pra quem quiser mais informações, achei muita coisa legal na internet e aqui me pareceu bem completo.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Pão de ervas frescas no liquidificador

Não é ótimo começar a semana com pão fresquinho? Na real, pão fresquinho é ótimo pra começar o dia, começar a semana, pra fazer uma pausa no trabalho...
Mas como a agenda da semana é sempre apertada, acabo fazendo pão em casa só nos finais de semana, que é quando sobra mais um tempinho pra botar a cozinha em ordem e preparar tudo com calma. Dessa vez, pra colaborar, minhas ervas na janela estavam lindas! O manjericão é o que tá mais caidinho, mas o alecrim tomou conta do vaso, a cebolinha tá tão gigante que quase quebra e a salsinha se espalhou. Resolvi que era dia delas e fui à cata de uma receita que infelizmente não achei na Dona Benta. Resolvi apelar para a memória e tentar fazer do jeito que eu lembrava que funcionava... (momento frio na barriga). Bati no liquidificador os seguintes ingredientes:
2 ovos inteiros
350 ml de leite
50 ml de azeite extra-virgem
50 ml de óleo
15 gramas de fermento biológico
1 colher (sopa-rasa) de açúcar
1colher (rasa) de sal
salsinha, cebolinha, manjericão, 1 dente de alho picado

Vai ficar bem líquido, aí é só despejar (aqui é sempre na forma de suflê) numa vasilha alta e juntar 3 xícaras de farinha. Como também é dia de arrumação dos armários, nessas minhas três xícaras tinham restos de diferentes farinhas, aveia em flocos e linhaça.
Misture com carinho e se quiser dá pra colocar mais ervas frecas.
Depois, coloco numa forma de bolo inglês untada e espero crescer por 1 hora. Como a minha forma é pequena, ainda deu pra fazer 10 pães menores em forminhas de cupcakes - que amanhã vão para o trabalho, alegrar a vida da equipe! Vai crescer bastante, então não encha as formas, coloque pouco mais do que a metade. Eu ainda joguei por cima um pouquinho de gergelim e queijo ralado (dia super inspirada! hehehehe)
Bom, já que é bom o forno estar pré-aquecido, coloco o timer para uns 5 minutos antes do tempo final de crescimento e daí ligo o forno, termino de organizar a área e já dá pra assar!

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Ser fiel e ser leal

Setembro foi um mês realmente pouco produtivo na cozinha. Fiquei fora de casa em três finais de semana e bastante frustrada com as tentativas de cozinhar carne vermelha.
Também descobri que vou ser tia - ÊÊÊÊÊÊ!!! Em vez de temperos, só gastei meu rico dindim em tip-top, cobertas e todas as fofurices do mundo!!!
E acho que me apaixonei.
Chegando em casa hoje, no meio do tumulto (que nem vale a pena registrar), resolvi fazer uma jantinha com o que tinha em casa e saiu um Conchiglione de palmito com amêndoas e molho de laranja. Assim, como quem frita um ovo, uma das melhores coisas que já fiz e que me leva a ter certeza de que não adianta forçar, a vida só flui quando somos leais a nós mesmos. Deixei de ser fiel ao livro, pra respeitar minha natureza: é na massa que me encontro!
Vamos à receita:
Recheio: bati duas colheres de queijo quarke com umas 15 amêndoas e 4 colheres de palmito picado.
Molho: uma redução de suco de uma laranja, acrescentando aos poucos 500 ml do caldo em que a massa foi cozida, com um cubo de caldo de legumes diluído. Temperei com um fio de shoyo e meia taça de vinho branco. Textura acertada, desligo o fogo e acrescento uma colher de manteiga.
Cozinhei o Conchiglione (12 unidades) como manda a embalagem e recheei. Coloquei no refratário com um fio de azeite e joguei o molho por cima. Uns 10 minutos no forno médio coberto com papel laminado e mais 5 no forno desligado sem o laminado.
Alma refeita e coração tranquilo.
Uma taça de vinho e a certeza de que posso aprender muitas coisas, mas isso é quem eu sou!
 

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Feliz Ano novo, para todos os povos e todos os sabores

A noite de ontem marcou para o povo judeu o início do ano de 5774.
Não sou de família judia e também pouco sei sobre a cultura, mas como nessa de me renovar, aposto sempre no simbolismo destas datas inicio/fim de ciclo e achei importante celebrar o Rosh Hashaná estudando um pouco e aprendendo algumas coisas novas. Aprendi que leite e seus derivados não se misturam com a carne e que as rodelas de cenoura simbolizam riqueza.
Meu jantar não foi uma mesa judaica, mas tentei absorver as informações do que fui lendo e entre as alternativas escolhi dois pratos pratos para testar:

Klop's de Carne
Ingredientes:
700g de carne moída
4 Ovos
1 pacote de Creme de Cebola
1 xícara de Farinha de Rosca
Tempero Verde picadinho
Sal a gosto
2 colheres de Azeite (até 0,5% de acidez)

Comecei por este porque era muito semelhante ao rocambole que meu sempre fazia, então eu já tinha uma certa ideia... na receita que encontrei na internet, a sugestão de recheio era usar 200g de Damasco, Champignon, Palmito ou Tomate Seco... eu usei cenoura ralada.
Como no bolo de carne ou no rocambole, é só misturar todos os ingredientes, menos o do recheio.
Depois, abra a mistura sobre plástico-filme e coloque o recheio no centro da receita e enrole com a ajuda do plástico. Feche como para rocambole. A maioria das receitas que vi usam ovo cozido como recheio.Eu sempre ouvi que o filme plástico podia ir ao forno mas morria de medo. Dessa vez ressolvi arriscar e, como tá comprovado na foto, depois de assado o plástico não estará derretido, e sim ressecado, podendo-se então retirá-lo com muita facilidade. Deu super-hiper-certo!!
Em outra panela, coloque água para ferver com sal e um ramo de folha de manjericão.
Para acompanhar, resolvi fazer os Vareniks, um prato bem tradicional e semelhante ao ravióli, porém o recheio é de batata inglesa com cebolinha na refogada.

Ingredientes:
Massa para Lasanha
Batata Inglesa
Cebolas picadinhas
Manteiga (margarina)
Sal a gosto
Manjericão
Azeite (até 0,5% de acidez)
Achei que não tinha nada de tradicional em usar massa pronta para lasanha, então fiz eu mesma a massa usando um ovo, uma colher de azeite e uma xícara de farinha de trigo - receita também obtida de outro site de culinária Kosher.
 
Preparo do recheio:
Cozinhe a batata com um pouco de sal, logo após escorra bem e amasse com um garfo.
Em uma frigideira, mandava derreter a margarina e adicionar as cebolas picadas, mas fiz com azeite de oliva (o que não sei se é aceitável na tradição). Deixe dourar e coloque a metade no purê de batata. Reserve a outra metade do molho de cebolas.

Montagem:
A massa é feita amassando bem os ingredientes, abrindo sobre a superfície enfarinhada o mais fininho que conseguire e cortando com a boca de um copo. Depois é só colocar os montinhos de recheio e fechar.
Agora coloque os vareniks na panela com água, que já deverá estar fervendo. Estarão prontos quando subirem a superfície, cuide, porque é muito rápido.
Depois de cozidos, aqueça novamente o restante da cebolinha e cubra os vareniks com este molho.

sábado, 31 de agosto de 2013

Biscoitos de guerra, receita da Roma Antiga

 Você sabe o que é Bucellatum?
Eu também não sabia, mas é sempre tempo de aprender!
Lendo o blog de uma amiga, encontrei algumas receitas bem legais que remontam a uma Roma antiga - nem precisa dizer que eu adorei juntar história e panelas, né? Bom, fiquei louca pra sair testando tudo, mas comecei pelos ingredientes que tinha em casa e foi aí que conheci o Bucellatum, um tipo de biscoito, quase sem gordura e que dispensa até o fermento.
A minha dificuldade foi com o tempo de forno. Como eles não crescem e usam pouco azeite, não se vê uma grande modificação, daquelas que estamos acostumados: não vai ficar gordinho ou dourado, então me atrapalhei e monitorei pra que o gergelim não queimasse.
Bom, azeite e azeitona sempre dão certo e dessa vez tenho que agradecer à Bete pela partilha, como ela gosta de chamar!

sábado, 27 de julho de 2013

Mini bolo de microondas

A receita original era desses bolos de caneca, mas eu sempre achei que era muita coisa pra uma pessoa só, então achei que seria uma boa ideia não fazer na caneca, mas em um pote pequeno desses próprios pra freezer e micro-ondas.
Ingredientes:
4 colheres (sopa) rasas de farinha de trigo (dessas quatro, uma usei farinha branca e outra de ração humana);
3 colheres (sopa) de açúcar
2 colheres (sopa) de amêndoas e tâmaras picadas
1 ovo inteiro
3 colheres (sopa) de óleo
4 colheres (sopa) de água
1 colher (café) de fermento em pó

É tão fácil que uma criança de 6 anos conseguiria fazer sozinha! Basta misturar tudo, colocar um pote levemente untado e levar ao micro-ondas por 6 minutos.

Na minha opinião, dá pra cortar ao meio, rechear e ainda colocar cobertura. Uma alternativa ótima pra fazer aquele bolinho só de 'cantar parabéns', sabe? Ou servir assim sem nada, um lanchinho no meio do filme de domingo, ou uma energia pré academia.  
Em síntese, cozinhar é fácil!!

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Pão integral de microondas

Há novidades no Front!
Eu sempre fiz atividade física, muito mais por necessidade do que por ser apaixonada por exercícios, mas nos últimos meses andava matando a academia vergonhosamente, sem diminuir um único copo de cerveja da minha dieta, o que para quem tem hiperglicemia não é nada positivo.
Então, depois de incansáveis investidas, meus colegas de trabalho finalmente me convenceram a participar do grupo de corrida do hospital e foi assim que comecei a correr há duas semanas. Com isso, a alimentação volta a ser uma preocupação, no bom sentido claro, porque a finalidade passa a ser também a de preparar o organismo pra atividade e cooperar no rendimento de cada treino.
Assim, mais frutas e legumes, que andavam mais do que esquecidos e reforço na proteína, passaram a personagens principais. E nessa procura por coisinhas novas, achei uma receita de um pão muito fácil, rápido, funcional e delicioso. A receita é daquelas dietas sem carboidrato e descobri no blog Pitadinhas, mas é claro que alguma coisa eu ia mudar - ou não seria eu! No lugar das seis colheres de ingredientes secos, usei 3 de farinha integral (com farinha branca fica horrível), uma de farinha de linhaça, uma de aveia e uma de uma mistura que chamam de 'ração humana'.
Achei que deu muito certo e já começo a pensar nas variações...
Rende dois pães, mas penso em fazer 3 na próxima vez, porque no final achei que ficou um sanduíche meio grande. Daqui pra frente, café da manhã sempre com pão novinho e saudável!

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Conserva de Pimenta Bode

Eu adoro uma feira! Feira e mercado público, simplesmente adoro!!
Não é porque sou neta de feirante ou porque um dos programas favoritos com o meu pai quando morávamos juntos era fazer um chimarrão e ir fazer as compras na Feira do Produtor, no Cassino. Eu adoro as feiras e comércio aberto de alimentos porque acho que são oportunidades incríveis de conhecer a cultura e as preferências de cada lugar. E porque é lindo!  
No final de semana do dia das mães estive por lá e descobri uma pimentinha linda, vermelha, bem redonda. Os produtores disseram que é de uma região chamada 'falsa barra' e logo em seguida, com meus três saquinhos comprados, descobri na internet que se chama Pimenta Bode - não me perguntem o porque de um nome desses! Também não perguntei nenhuma característica, se era forte, adocicada, nada. Achei linda e comprei!
Bom, aí eu precisava dar um jeito de conservar as tais pimentas, já que o consumo aqui é lento... Olhei patês, folheei a Dona Benta, e nada. Fui procurar nos sites que acompanho e encontrei uma conserva ótima no Bistrô da Coralina, o blog muito legal da amiga de uma amigona minha.
O preparo é muito simples, meio que 'não tem como dar errado', mas isso a gente só descobre depois de umas semanas de ansiedade...
Para temperar, usei vinagre de vinho branco, cominho moído na hora, alho bem picadinho, sal, alecrim da minha própria horta e uma folha de louro.
O vidrinho fica lindo, dá até pena de abrir!
Dá pena, mas dá também muita curiosidade... e a espera é recompensada: é uma conserva muito boa.
É bem forte, inclusive o líquido. Mas eu também não sou muito parâmetro, porque não sou a maior fã da pimenta, uso mesmo as moídas e a pimenta biquinho... Molho de pimenta quase me tira o fôlego!
 Minha palavra final é que quem gosta de pimenta deve fazer! O processo é simples, fica bem gostoso e dá pra variar com diferentes tipos de pimentas. Eu que adoro presentes caseiros, já acho uma ideia bem legal fazer em vidrinhos pequenos e distribuir para os amigos pimenteiros!

terça-feira, 11 de junho de 2013

Biscoito de Santo Antônio (Santo-Antoninho)

Eu cresci numa cidade do interior de colonização portuguesa. Lá, cada esquina tem umas 3 Igrejas, portanto, não há como fugir ou não conhecer quase todas as festas católicas!
No dia 13 de junho se comemora o dia de Santo Antônio, um frade menor da ordem franciscana nascido em Lisboa e falecido em Pádua, e em Rio Grande a data muito especial para a Igreja, que mantém viva até hoje a tradição de se distribuir os Pãezinhos de Santo Antônio. Cresci ouvindo duas versões de como esta história pode ter começado:
 
Numa delas, uma mãe cujo filho se afogou dentro de um tanque, mas recuperou a vida graças a Santo Antônio, prometera que, se o filho recuperasse a vida, daria uma porção de trigo igual ao peso do menino. Outra tradição relaciona a obra do pão dos pobres com uma senhora de Tbulon, chamada Luísa Bouffier. A porta do seu armazém tinha enguiçado de tal modo que não havia outro remédio senão arrombar a porta. Fez, então, uma promessa ao santo: se conseguisse abrir a porta sem arrombá-la, doaria aos pobres uma quantia de pães. E deu certo. A partir daí vieram pedidos de todos os tipos! Toda vez que alguém era atendido, oferecia certa quantia de dinheiro para o pão dos pobres. A pequena mercearia de Luísa Bouffier tornou-se uma espécie de oratório ou centro social.
Aí, quando vim morar em Porto Alegre, não sabia se a tradição era mantida e se os pãezinhos eram distribuídos. Foi então que comecei a fazer uma antiga e tradicional receita portuguesa de biscoitinhos chamados Santo-Antoninhos, que distribuo todos os anos entre os amigos.
E cada ano tento fazer alguma coisa diferente, pra não cair no tédio!
Claro que não escapo de todas as piadinhas de que faço isso como mandinga pra casar, por isso já teve ano que distribuí um cartão com a lenda, outras vezes somente desejei sorte e teve ano que já disse que era só fazer um pedido que se realizaria (até porque acredito que o que se deseja com fé e comprometimento tem muita chance de dar certo mesmo)!
E esse ano não seria diferente!
Dia 13 distribuirei os Antoninhos com o melhor dos meus desejos e, para que mais pessoas possam distribuir carinho, fé e tradição, decidi compartilhar também a receita:
Misture 2 xícaras de farinha, uma e meia de açúcar  e meia de uma mistura de banha com manteiga (meio a meio). Amasse bem, com paciência, até que o calor das mãos vá incorporando os ingredientes e forme uma massa macia. Acrescente uma colher de sobremesa de canela em pó.
Dessa vez, além de acrescentar um corante pink, abri a massa e cortei em formato de corações, mas dá pra fazer bolinhas e levar pra assar no forno médio pré-aquecido por uns 15 minutos.
Quando frios, passa-se por uma mistura de canela com açúcar e eu embalo individualmente para distribuir a todos que encontro no dia 13. Experimente! Não é a melhor receita de biscoito, mas o carinho com que são recebidos faz com que cada ano seja renovada a vontade de refazê-los, e distribuir, quase como quem distribui sonhos, porque ninguém prova apenas um biscoito, é uma dose extra de fé!!


domingo, 9 de junho de 2013

O caldo azul da Bridget

A receita é amaldiçoada, só pode!!!
Eu, a pessoa que mais ama liquidificador e multiprocessador no universo, conseguiu sujar até as paredes pra fazer essa sopa!
Final de semana pré dia dos namorados só podia dar numa receitinha Bridget Jones... O mais importante de tudo é a escolha do Chardonnay. Escolha o melhor que puder, sério. Garanto que é um super investimento, retorno garantido!
Comece servindo uma taça, muito cuidado pra que esteja na temperatura certa. Perceba o aroma, olhe pra cozinha com ânimo e pique meia cebola, talo de um aipo e duas batatas (eu nem tiro a casca).
Derreta meio tablete de manteiga e refogue os legumes por uns 5min. Acrescente uma taça do vinho na panela e sirva outra. Deixe o vinho evaporar (só o que está na panela), junte uma xícara e meia de caldo de legumes e espere a batata cozinhar. Bata tudo no liquidificador com uma xícara e meia de leite. Limpe toda a sujeira que essa receita amaldiçoada vai fazer na cozinha e beba a taça servida, isso é fundamental pra não querer desistir na mesma hora (especialmente considerando que não há um Mark Darcy tocando a campainha pra te ajudar a terminar a janta...). Devolva tudo pra panela, acrescente uma gotinha de corante azul, misture bem e tá pronto! Mais uma taça, um bom filme, e deixa pra pensar na sujeira depois!!

terça-feira, 4 de junho de 2013

Crazy Cheese - o salgadinho mais riograndino de todos!


O salgadinho Crazy Cheese faz parte da história de todo mundo que foi adolescente em Rio Grande - RS nos anos 90!
Era o lanche oficial no intervalo do colégio e da faculdade. Opção certa quando se levava algum petisco em viagens ou quando eu ia para os festivais de dança. Cada um vai ter uma história pra contar (e várias pra não contar de jeito nenhum também...)
No início, só tinha no sabor queijo, depois surgiram as opções de cebola, presunto e bacon.
Até hoje, cada vez que vou pro Cassino tenho que trazer um pequeno e simbólico estoque e o roteiro só está completo depois de postar um foto no Facebook e todos os riograndinos espalhados pelo mundo comentarem morrendo de saudade!
Mas aí uma amiga (daquela época, claro) nos passou a 'receita secreta' mais fácil do que buscar na memória o cheirinho do recreio:
 
Ingredientes
Duas xícaras de farinha de trigo
1/3 de xícara de queijo ralado (que tal tentar com uma mistura de queijos ralados?)
6 colheres de sopa de manteiga
Basta juntar a farinha e o queijo ralado. Misturar a manteiga até ficar uma massa firme e uniforme que desgrude das mãos.
Faça as bolinhas, quadradinhos, palitinhos ou o formato que achar melhor e leve ao forno pré-aquecido por uns 20 minutos... mas fique de olho, porque pode ser que a segunda fornada fique pronta bem antes! 

Pra não precisar ficar untando e depois passando trabalho pra lavar a assadeira, eu gosto de colocar a massa sobre papel manteiga, mas acho que também deve funcionar se estiver untada com farinha.
Logo que sai do forno não se percebe muito bem o sabor, vale a pena esperar esfriar um pouquinho antes de provar.
Hoje, os meus foram o acompanhamento perfeito para o chimarrão, mas ficam ótimos com um chá bem quente e um filme ou na beira da piscina com uma cerveja bem gelada!
Já pensou em servir com a Sardela?

domingo, 26 de maio de 2013

A original lasanha do Garfield

Final de semana é para Jantares de Cinema!!!
Pude passar a manhã de sábado passeando no Mercado Público para encontrar produtos fresquinhos, especiarias e todo um paraíso pra quem é feliz pilotando panela! Em casa, decidi fazer um prato super tradicional mas que me ensinou a fazer uma lasanha diferente de todas as que já fiz na vida - e que sempre instigou minha criatividade e meu desejo, como fã do Garfield desde criança! Além de já amar qualquer tipo de massa, era impossível ver o gato devorando uma travessa inteira sem ficar imaginando que delícia não devia ser aquele prato.
Ela é bem simples, mas requer organização.
Primeiro, é feita a carne moída: aqueça 1 colher de sopa de azeite numa panela larga. Acrescente meia cebola, meia cenoura e um talo de salsão, tudo bem picadinho, além de um pouco de sal para evitar que os legumes dourem demais. Refogue até que fiquem macios e transfira a mistura para um prato, mantendo-a aquecida. Coloque 500 gramas  de carne moída na mesma panela e, sempre mexendo, frite por completo. Adicione 150 gramas de tomates sem pele amassados, junte os legumes e acrescente meia xícara de caldo de galinha (eu usei de legumes). Diminua o fogo e deixe ferver por cerca de 30 minutos ou até que quase todo o líquido tenha evaporado. Desligue o fogo, tempere com sal e pimenta (substituí por gengibre em pó) a gosto e reserve tampado.
Faça o seu molho branco: 500 ml de leite, manteiga, farinha de trigo, sal e pimenta do reino. Substituí a pimenta do reino por lemon pepper.
Montagem: carne - massa (usei massa fresca) - molho. Repita a operação três vezes e cubra com 4 colheres de queijo parmesão ralado. Leve ao forno pré-aquecido e asse por cerca de 25 minutos, ou até que as beiradas estejam borbulhando e a parte de cima esteja dourada.
Comi de um jeito que não comia há tempos!!! É diferente, estou acostumada a usar bastante mozarela, mas ficou incrível! Esta quantidade dá pra 3 pessoas esfomeadas ou 4 mais comedidas, servindo com uma boa salada pra acompanhar.

domingo, 19 de maio de 2013

RocambolO de Carne de Pleasantville

Decidi fazer a receita do Rocambole de Carne mesmo não tendo assistido ao filme, apesar das diversas tentativas na minha locadora. Mas quis testar assim mesmo e, como que colorindo a noite, enquanto assava, encontrei uma versão na internet que vai me permitir experimentar filme muito em breve!
Não sei porque se chama rocambole, vejo mais como o tradicional bolo de carne de cada família americana sentada à mesa com ervilhas e purê de batatas - será que a resposta está no filme?
A execução (assim como o próprio prato) é bem simples, porque todos os ingredientes são picados e misturados juntos, depois vai pra forma untada e 'forrada' com finas fatias de bacon e ao forno por 1 hora e meia. E também porque eu estava no modo multiprocessador-meu-herói e absolutamente tudo passou por lá! Cada ingrediente de uma vez, até o pão, mas tudo foi picado nele. Então, vamos ao elenco!
  • azeite de oliva para untar
  • 6 tiras de bacon defumado
  • 500 g de carne magra moída
  • 1 cebola bem picadinha
  • 1 talo de salsão bem picadinho
  • 1 ovo
  • molho inglês ou de pimenta a gosto
  • 1 colher de chá de mostarda Dijon
  • catchup a gosto
  • 1 bom punhado de farelo de pão
  • 2 colheres de sopa de salsa picadinha
  • sal e pimenta do reino a gosto
Usei uma forma dessas de bolo inglês e mais do que as seis fatias de bacon, porque as minhas eram muito curtinhas. A montagem é super simples, o único cuidado é apertar bem a mistura na forma para evitar a formação de bolhas de ar.
Cubra tudo com papel alumínio, coloque a forma em banho maria e leve ao forno pré-aquecido para assar (em fogo baixo) por cerca de uma hora, um pouquinho mais...
Acho que é daqueles pratos ótimos pra receber o gatinho no início de namoro, porque dá tempo de deixar tudo pronto, colocar no forno e sobra uma hora inteirinha pra arrumar a cozinha, a mesa, tomar um bom banho e ficar linda e cheirosa, assim como a casa, que vai estar super aconchegante com cheirinho de família!
Passada essa primeira 1 hora e 15 minutos, tire o papel-alumínio (vai estar tudo muito úmido e meio sem cor) e deixe mais uns 20 minutos em forno um pouco mais alto para a parte do bacon que ficou por cima ficar crocante. Deixe repousar por cerca de 10 minutos antes de servir - que é o tempo de arrumar o DVD, o sofá e se preparar para a sessão!
 
Para manter a tradição do prato, servi com purê de batatas e catchup. Só faltou uma porção de ervilhas frescas para a refeição tipicamente americana estar completa!

Nota de 25.05.2013: acabei de ver o filme (lindo!!!) e realmente de rocambole não tem nada. Aliás, todos os diálogos referem claramente Meatloaf, então não restam dúvidas de que o erro foi mesmo de tradução.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Panquecas, bacon e calda

A receita é de um filme antigo que já tem 20 aninhos - Feitiço do Tempo - e pra mim a experiência foi bem nova. Eu nunca tinha feito esse tipo de panqueca e acho que também nunca tinha assado tiras de bacon! Me dei conta disso logo no início da receita, que fala pra esticar as fatias de bacon e levar ao forno bem aquecido por 20 minutos ou atingir seu ponto favorito. Ponto favorito?! Como assim? Qual é meu ponto favorito? Pois é... nunca tinha assado fatias de bacon. Enfim, enquanto ficou lá assando, fiz a massa.
Vai um negócio que chama leitelho que eu também nunca tinha ouvido falar! Mas há solução: lembra quando a vó 'talhava o leite'? Pois é, é isso aí. É só colocar suco de limão siciliano em 200 ml de leite e esperar uns 10 minutos. Vai ficar meio parecido com iogurte natural.
Nesse tempo, vá peneirando uma xícara de farinha com uma colher de chá de fermento. Acrescente uma pitada de sal e misture tudo. Depois junte o leite e dois ovos, misture bem e deixe descansar por uns 15 minutos.
Na frigideira quente, mas em fogo baixo, com um tal de óleo em spray que eu nem sabia que existia e que foi satisfatoriamente substituído por gotinhas de óleo bem espalhadas, coloque uma colher da massa e espere até ter pequenas bolhazinhas na superfície para virar e dourar o outro lado. Essa medida dá oito panquecas.


Vá fazendo uma pilha com as panquecas prontas em um prato aquecido e depois cubra com aquelas fatias do bacon e com xarope de bordo - isso era outra coisa que eu não conhecia... aliás, continuo não conhecendo, mas usei o melado de romã e ficou simplesmente MARAVILHOSO!
Fica uma mistura entre o azedinho do romã, o salgado do bacon crocante e a leveza das panquecas.
Na boa, agora eu entendo o shape americano!! Preciso urgentemente retomar a academia e esquecer essa receita ou vou acabar uma rolha de poço!

terça-feira, 7 de maio de 2013

Oásis de Chocolate e Morango

Quarta-feira é um dia especial para Joe, o dono do restaurante em que se passa o filme Waitress, porque a torta do dia é, segundo ele,
Uma coisa maravilhosa.
Como cada sabor se abre,
um por um,
como um capítulo de um livro.
Primeiro se percebe o sabor
de uma especiaria exótica,
apenas uma sugestão.
E então você é inundado com o
chocolate, escuro e amargo,
como um antigo caso de amor.
E finalmente, o morango.
Do jeito que os morangos sempre devem ser, mas nunca são.
A base é feita de biscoito Negresco e melado (usei de romã). O recheio, uma mistura de ovos, nata, café e chocolate meio amargo. Um creme denso e macio, suavizado pela docura e pelo azedinho do morango com pimenta.  Não é mesmo uma miragem?

domingo, 28 de abril de 2013

And the winner is...

The path of the righteous man is beset on all sides by the inequities of the selfish and the tyranny of evil men. Blessed is he who, in the name of charity and good will, shepherds the weak through the valley of darkness, for he is truly his brother's keeper and the finder of lost children. And I will strike down upon thee with great vengeance and furious anger those who attempt to poison and destroy my brothers. And you will know my name is the Lord when I lay my vengeance upon thee!

Pois então... Big Kahuna Burger!
Uma cebola é dourada com alho e depois misturada à carne moída, temperada com sal e pimenta. Depois de bem amassado, é hora de modelar. Eu uso uma taça de sobremesa forrada com filme como molde, porque aí consigo apertar bem. Só que dessa vez a medida do nosso Burguer era muito grande, então devia ter usado uma taça um pouco maior. Mas inventei de 'dar uma última achatada' e aí ficou nesse modelo Pentágono.
Obviamente, sentei pra comer assistindo Pulp Fiction! A cena é logo no início e de imediato me dei conta que o original usa queijo cheddar processado, enquanto no meu foi uma fatia de queijo lanche. Acho que vou ter que fazer outro!!!

Bom, e se depois de assistir ao filme deu vontade de experimentar o Milk Shake de 5$, o Chef Dave Watts te ajuda aqui.


'Mmmm... this IS a tasty burger’
Curiosidade: apesar de já ter escrito o post a bastante tempo, finalmente descobri uma das origens do nome deste hamburguer e quero compartilhar!
O termo havaiano Kahuna foi originalmente relatado para o título para designar um homem de conhecimento espiritual, um especialista, um professor, um xamã da cultura Huna polinesiana.La palavra ainda é usada neste contexto pelos nativos e atualmente Huna e Kahuna são termos que são lentamente se tornando conhecido no mundo, graças à divulgação da pesquisa de Max Freedom Long e Serge Kahili rei . O uso do termo em referência ao surf pode ser rastreada até o filme Gidget (1959), no qual o 'Big Kahuna ", estrelado por Cliff Robertson , foi o líder de um grupo de surfistas . A palavra, em seguida, tornou-se muito comum em outros filmes como Beach Blanket Bingo , onde o Big Kahuna foi o melhor surfista na praia. Hoje em dia, esta terminologia é comumente usado no mundo do surf.


quarta-feira, 17 de abril de 2013

Ganache (ou recheio e cobertura de cupcakes e bolinhos...)

Estes foram feitos com chocolate branco e
no dia mais quente deste verão!
Eu nunca gostei de bolo com merengue, nem quando era criança e podia ficar com as sobras da batedeira. Então logo que começaram a ter festinhas do tipo 'cada um leva alguma coisa', eu me escalava pra levar o bolo, porque aí podia experimentar outras coisa e foi assim que achei que tinha aprendido a fazer Ganache.
Em vez de usar chocolate em pó, eu fazia brigadeiro com uma lata de leite condensado e meia barra de chocolate meio amargo (acho que dá uns 100gramas) e quando estava pronto, acrescentava o creme de leite. E daí em diante sempre ouvi que era 'cobertura de ganache' ou 'recheio de ganache'. Para minha surpresa, depois de bastante tempo descubro que o verdadeiro não leva leite condensado, apenas a mistura do creme de leite com o chocolate derretido.
Enfim, o importante é que dá super certo!
E fica ótimo se usado chocolate com menta ou laranja. Outras variações são os licores, baunilha, ou uma raspinha de gengibre, mas tudo muito sutil. O lance é ir experimentando e ver o que funciona!

quinta-feira, 28 de março de 2013

O Spaghetti Santo Antonio

Santo Antônio de Lisboa é um dos meus lugares preferidos em Floripa! E lá, não dá pra deixar de jantar na Spaghetteria Santo Antônio.
Na mais recente passada por lá, havia faltado luz e não tínhamos muitas opções de cardápio (o que não é nem de longe um problema!), a escolha foi o spaghetti a Santo Antonio, que é feito a base de camarão flambado ao conhaque, alho, manteiga, nata, pimenta calabresa e ervas finas.
Imagem disponível na internet
É simplesmente incrível!
Pra matar a saudade, consegui a receita, que usa os seguintes ingredientes:
400 gramas de Spaghetti grano duro
1 kg de camarões limpos
2 colheres de sopa de manteiga
1 colher de sopa de óleo
4 dentes de alho ralado
6 a 8 colheres de sopa de nata, pouco mais de 200 gramas
1/2 dose de conhaque
Sal, pimenta e tempero verde a gosto

Preparo:
1. Coloque a massa para cozinhar.
2. Em uma frigideira grande (ou uma Wok), aqueça a manteiga e o óleo. Coloque os camarões, tempere com sal e pimenta do reino e frite rapidamente. Acrescente o alho e o tempero verde e deixe até dourar os camarões dos dois lados.
3. Flambe com o conhaque. Uma dica boa é colocar a dose em uma concha e levar ao fogo, com cuidado, até que pegue fogo, e então despejar sobre a comida e mexendo um pouco, só para espalhar a bebida. Assim que o fogo cessar, retire os camarões e reserve.
4. Na mesma frigideira, coloque a nata e deixe derreter. Junte a massa já escorrida e mexa até que esteja bem quente e envolvido no molho.
5. Decore com os camarões e sirva acompanhado de queijo ralado e óleo.

Vale a pena testar em casa, apesar de que comer cercado de árvores, num jardim lindo, e depois de fazer umas comprinhas na loja que fica a frente da Spaghetteria, é a remissão de todos os pecados!