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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Nhoque ao molho de Jurupiga com funghi

Mais um dia de nhoque!
Final de semana em casa, vendo muitos filmes e com muito tempo pra pensar, ler, conversar. Muita coisa lembrando a boa e velha Rio Grande e acho que bateu alguma saudade daqueles dias de outono tomando chimarrão na praia, num tempo em que tudo era muito mais fácil, que as feridas cicatrizavam rápido na água do mar e novos planos surgiam entre um garrafão e outro de vinho.
Dessas memórias surgiu mais uma receita a base de Jurupiga - um molho escuro pra acompanhar o nhoque do dia 29 de abril.

Modo de preparo:
Comece dourando no fogo mais brando possível uma cebola e dois dentes de alho em muuuuuita manteiga. Uma vez li "cozinhe na manteiga" a achei que isso era fritar. Mas não, não deixe fritar, vá cozinhando com toda a calma de um dia na Ilha dos Marinheiros. Quando estiver tudo bem macio e transparente, acrescente o funghi reidratado e polvilhado com um pouco de farinha (não mais que uma colher de sopa) e doure como um Roux escuro. Cubra com Jurupiga e deixe evaporar bem o álcool.
Acrescente caldo de legumes, mix de pimentas moídas na hora, a água da reidratação do funghi e lascas muito finas de gengibre.
Tampe a panela e deixe em fogo baixo até reduzir o suficiente para que tenha a consistência de envolver os nhoques. Junte os nhoques cozidos e deixe dar uma leve cozinhadinha, só o suficiente pra eles (o molho e a massa) se entenderem, se mesclarem e se transforem em 'um prato'. Mas só um minutinho, pro nhoque não se desfazer.

O gengibre tira o adocicado da Jurupiga e o funghi dá a consistência. Deixei pedaços grandes, como dá pra ver na colher. Mas pra quem não gostar, acho que com cebolas em rodelas também deve dar super certo.

Essa versão é mais forte e encorpada do que aquela que aquelas  fizemos em dezembro, acho que é sinal de que o inverno tá chegando...

Minha sugestão: faça as duas e veja o que agrada mais!
 

sábado, 30 de março de 2013

Nhoque de ricota e a lenda de São Pantaleão

Dia 29, em um feriado, é a chance perfeita de fazer aquele nhoque com calma, batendo papo na cozinha que nos afortuna pelo mês inteiro! Na minha família nunca se valorizou nenhuma tradição, mas tive a sorte de conviver com os avós de muitos dos meus amigos onde aprendi desde pequena que dia 29 se deve comer nhoque com uma moeda embaixo do prato. A história que me contaram era a seguinte: antes de ser "São", Pantaleão era médico. E um médico andarilho.  Contam que num dia 29 de dezembro, em uma de suas andanças, chegou a um vilarejo da Itália e decidiu bater na porta de uma casa para pedir comida, porque já estava faminto.
Foi recebido por uma família super pobre, mas que não se importaram em dividir o único prato, distribuindo sete nhoques em cada prato. Eis que após se despedirem do andarilho e recolherem os pratos, a família descobriu que embaixo de cada um havia bastante dinheiro e prosperaram a partir de então.
Se esta história realmente aconteceu, não é importante. O legal é que as famílias continuam mantendo o hábito e eu adoro poder fazer isso por aqui. 
A escolha desse mês foi bem leve. E como estou na fase da paixão pelo multiprocessador... misturei tudo nele mesmo: 600 gramas de ricota, 1 ovo e mais uma gema, 4 colheres de parmesão ralado, noz moscada, sal e pimenta do reino.
Deixei na geladeira enquanto fazia as outras coisas, depois é só enrolar, cortar e cozinhar na água fervente com sal.
A sugestão de molho do livro é manteiga com sálvia. Então fiz 100 gramas de manteiga clarificada e ainda morna acrescentei a sálvia fresca, rasgada em pedaços pequenos e juntei pros gostos irem se familiarizando.


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O nhoque do desperdício

Poucas coisas me incomodam tanto quanto o desperdício de comida. Eu detesto ter que jogar comida fora e por isso sempre tento fazer o suficiente para o número de pessoas, não servir mais do que o necessário no prato e vivo incentivando as crianças a se servirem aos poucos.
E ontem, dia de nhoque da fortuna, vi bons ingredientes praticamente indo pro lixo (o que não deixei, claro!). Certo que a receita é de nhoque, fui experimentar fazer o de farinha de trigo.

04 colheres de farinha peneirada com 1 copo de leite e sal. Levei ao fogo, cozinhou e deixei esfriar. Aí era para acrescentar 04 ovos e uma colher de queijo ralado. Pensei em colocar só um, mas lembrei que em quase todos os posts eu mudo a receita e achei melhor seguir certinho pra depois não reclamar. Infeliz idéia! 

Quatro ovos depois e eu tinha um mingau.  Bom, obviamente eu já tava desanimada, mas não ia pôr tudo fora. Acrescentei mais 03 colheres de farinha e levei ao fogo para cozinhar de novo. Para fazer as bolinhas, fui usando duas colheres pequenas, porque era impossível fazer rolinhos e cortar. Cozinhei na água com sal.

Precisava de um molho rápido porque tudo demorou mais que o esperado.  Fui de Molho Breton:
03 gemas cozidas passadas pela peneira, suco de um limão, uma colher de sopa de mostarda, duas colheres de salsinha bem picadinha, duas colheres de manteira, pimenta do reino e sal. Levei ao fogo (não pode deixar ferver).

O molho deu certo, mas realmente não combinou com o nhoque e tudo ficou muito pesado. Acho que poderia ter usado menos limão, ou um limão siciliano, menos ácido.

Farei o molho em outras oportunidades, mas pra servir com um peixe, em poucas quantidades, porque ele é realmente bem presente e firme, encorpado.

O resultado é que fui dormir chateada, me sentindo jogando comida fora. Me resta esperar mais 58 dias, porque fevereiro não tem 29 este ano...


domingo, 30 de dezembro de 2012

Nhoque da Ilha

Passar o dia 29 com amigos e poder compartilhar o desejo de muita fartura (não só na mesa) é sempre uma alegria a parte. Mas neste mês foi ainda mais especial, pois já estava no Cassino envolvida com os preparativos para o Ano Novo e foi possível colocar em prática uma idéia que surgiu dos ricos diálogos com a amiga Jane Prado, do blog Château de Jane: molho de Jurupiga, um vinho fortificado tradicional da Ilha dos Marinheiros (dá uma olhadinha no Château que tem explicações bem melhores que a minha!)
Passamos várias semanas trocando e.mails e mensagens para chegar na receita que acompanhou nosso nhoque de batata e o mais legal foi poder compartilhar este momento com outras amigas que super se envolveram na produção!
Fiz exatamente como manda o livro, inclusive separando os ingredientes antes!

  
1 kg de batatas
300 g de farinha de trigo
1 ovo inteiro
50 g de queijo parmesão ralado
pitada de noz moscada
sal
1. Lave as batatas e coloque-as em água fervente. Ferva até que estejam macias. Escorra e passe por um espremedor de batatas. Coloque em um plano de trabalho e deixe esfriar, acrescente o ovo, a metade da farinha de trigo, o sal e a noz-moscada.
2. Polvilhe de farinha de trigo uma mesa ou um mármore, tome bocados de massa, enrole-os da grossura de um dedo, corte esses rolos em pedaços pequenos (os nhoques) e coloque-os em cima da mesa ou do mármore polvilhados com farinha de trigo.
3. Preparados todos os nhoques, leve-os a cozinhar em água fervente com sal. Quando subirem à tona, estão cozidos.
4. Retire os nhoques cozidos com a escumadeira e escorra-os bem.
5. Cozidos e escorridos todos os nhoques, arrume num prato uma camada deles, cubra com o molho de sua preferência e queijo ralado.

Enquanto as voluntárias cortavam os nhoques, parti pro molho, que fiz assim:
 
04 colheres de sopa de manteiga
02 colheres de sobremesa de farinha de trigo
03 xícaras de molho de carne
02 cálices de jurupiga
02 cebolas cortadas em anéis não muito finos
Leve ao fogo metade da manteiga. Quando derreter, vá polvilhando a farinha e misturando sempre pra não embolar, em fogo baixo. Vá acrescentando molho de carne aos poucos pra ir reduzindo e incorporando. Em outra panela, derreta o restante da manteiga e vá dourando a cebola até ficar num tom amarronzado, mas sem queimar. Junte esta mistura ao molho, incorporando bem e acrescente a jurupiga. É bom testar o sal antes de servir.
 Confesso que esse molho deve combinar melhor com carnes, mas o pessoal gostou bastante, tanto que dividimos os últimos sete nhoques!!
Agradecimento especial às fotos da Jane Prado